O tema é abrangente, já que em muitas
situações do dia a dia precisamos dele. No trânsito, no ambiente de
trabalho, nas finanças, em nossa alimentação, em momentos de obrigação ou até
de lazer. Sim, porque permitir-se todos os prazeres imediatos, sem medir as
consequências futuras, tem lá suas desvantagens. O ônus e o bônus caminham lado
a lado.
Temos visto uma sociedade cada vez
menos tolerante, menos disposta a esperar, mais egoísta e interessada no prazer
do aqui e agora. Esta sociedade é a mesma que está cada vez mais doente,
vivendo em um estresse constante (o pior para nossa saúde), com altos índices
de ansiedade, depressão, obesidade, dependência do álcool ou outras drogas. A
falta de controle dos impulsos leva o ser humano a beber demais, comprar
demais, comer demais e é claro, na maioria das vezes, adoecer com tantos
excessos.
Parece que nunca precisamos tanto
exercitar o autocontrole. A boa notícia é que ele é feito músculo, se bem
treinado, pode ficar mais forte e resistente. Mas o fato é que a tarefa é mais
árdua do que se possa imaginar. Evolutivamente, as
áreas do cérebro relacionadas aos desejos e ao prazer, foram as primeiras a se
desenvolver e aí quando estamos diante de circunstâncias que exigem
autocontrole e resistência travamos uma verdadeira batalha entre os centros
responsáveis pelos desejos (sistema límbico) e os que colocam em prática a
razão (cortéx pré-frontal). Um lado luta pela satisfação dos desejos e
recompensa, o outro pondera para segurar os impulsos visando uma gratificação
futura. Somado a isso ainda temos o estresse que parece fazer com que as
pessoas olhem apenas para o prazer imediato. Sob pressão, geralmente buscamos
desesperadamente um conforto, o que também prejudica nossa capacidade de levar
em consideração os resultados negativos da escolha.
Diante disso, o que podemos
fazer? Para começar a exercitar esta habilidade, uma estratégia é pensar nas
consequências futuras a cada escolha antes de se entregar a um desejo. Exemplo,
você quer muito comprar algo, sabe que não tem dinheiro suficiente e irá
adquirir uma dívida considerável. Antes
de ceder a tentação, será útil questionar:
Quais as consequências
de ceder ao meu desejo agora?
Como me sentirei depois?
Valerá a pena?
Quais as desvantagens da
minha escolha?
Estou preparado para lidar com elas?
Como me sentirei caso
resista e não ceda ao impulso?
Fonte: Revista Isto É